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- Création : 24 mars 2015
- Mis à jour : 8 novembre 2021
- Publication : 24 mars 2015
Francisco DOS SANTOS
Francisco Dos Santos
© A. Videira Santos, Para a História do Cinema em Portugal, Cinemateca Portuguesa, 1990, p. 102.
Jean-Claude SEGUIN VERGARA
Jon LETAMENDI GÁRATE
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El artista portugués, Francisco dos Santos inicia su carrera probablemente en los años 1890. A partir del mes de agosto de 1896, dispone de un cinematógrafo que hace funcionar en combinación con otros números:
E já agora é justo que deixemos aqui consignado o nosso ao modesto artista português, o actor Francisco do Santos, que no espectáculo de ontem foi chamado pelo público.
Este cavalheiro é quem exibe o Cinematographo porque a pessoa que a sociedade artística encarregara de ir ao estrangeiro comprar o aparelho e estudar a forma dele funcionar, não soube dar conta do recado.
Quem sabe? Talvez se esquecesse pelo saminho.
[...] Nada menos de 14 quadros [...] nos apresenta hoje a extraordinária máquina.
A Tarde, Lisboa, 29 août 1896.
La empresa Guilherme da Silveira & Cª (1896-1897)
Lisboa
La sociedad lisboeta, Empresa Guilherme da Silveira & Cª, comienza su historia con la construcción del Teatro Dona Amélia, para la cual fue constituida. La iniciativa se debe al actor Guilherme da Silveira que había empezado su carrera en 1863:
Guilherme de Silveira estreara-se no Teatro D. Maria II corria o ano de 1863, sem grande entusiasmo da plateia. Em 1875, porém já empresario com companhia propia, é visto no Brasil Rio de Janeiro, onde reúne fortuna, voltando a Portugal em 1887 para construir um teatro. A fortuna arrecada no Brasil permite-lhe concretizar o sonho, para o que constituiu uma sociedade em 1892.
Teatro Sao Luiz, col. “Lisboa Porta a Porta”, Lisboa: Câmara Municipal, 2001, p. 10.
Guilherme da Silveira, desciende de la célebre familia de Willem van der Hagen, consigue efectivamente convencer a varios ricos inversores entre los cuales está Luís de Braga Júnior, vizconde de São Luiz de Braga (Rio Grande do Sul, 26/03/1850-Oporto, 15/03/1918) que ha desarrollado una labor teatral en Brasil donde conoce a Guilherme da Silveira. Ambos se asocian con Celestino da Silva, un antiguo empresario en Brasil, António Ferreira Ramos de Miranda, familiar de Ramalho Ortigão, negociante en Río de Janeiro, Alfredo Miranda y Alfredo Waddington. Gracias a la iniciativa de Guilherme da Silveira –españolizado en “Guillermo Silveira”– el Teatro, obra del arquitecto francés Louis Reynaud, se inaugura el 22 de mayo de 1894. En este coliseo se ofrecen obras originales o traducidas de los autores más considerados e interpretadas por las mejores compañías españoles, francesas o italianas.
Entre las diferentes actividades de la sociedad van a añadirse, a partir de junio de 1896, las exhibiciones cinematográficas. La prensa portuguesa va detallando los diferentes trámites que se llevan a cabo para la compra y la recepción del aparato, un animatógrafo que viene directamente de Londres:
Têm-se referido os jornais ao sucesso monstro alcançado em Paris e Londres pelo Animatographo de Lumière […] en Londres, o empresário do teatro Alhambra […] levantou, num més, un milhao.
Pois este verdadeiro Animatographo, que nada tem que ver com as imitaçoes apresentadas sob o mesmo nome, vai ser exhibido brevemente […] no teatro D. Amélia, para o que a respectiva sociedade artística acaba de celebrar contracto com o inventor.
Assim, teremos […] a verdadeiro Animatographo, além doutras inovaçoes electricas e de mecânica aplicadas à música […] no mais elegante teatro de Lisboa.
A Vanguardia, Lisboa,30 de julio de 1896 citado por Antônio J. Ferreira, ob. cit., p. 73.
Teatro D. Amélia (c. 1900)
© Arquivo Municipal de Lisboa, AFML – A 8703
La situación lisboeta es bastante singular ya que si las exhibiciones del aparato en el Teatro Dona Amélia empiezan el 15 de agosto de 1896, cuando Edwin Rousby ya ha empezado las suyas en el Real Coliseu de Lisboa el 18 de junio donde está hasta mediado de julio. Tras una estancia de casi un mes en el Teatro-Circo Príncipe Real en Oporto y presentaciones en Espinho y Figueira da Foz, el “electricista húngaro” reanuda sus proyecciones en Lisboa en el mismo coliseo a partir del 27 de agosto. Sin embargo, los empresarios del Teatro Dona Amélia han empezado una auténtica campaña de calumnia aduciendo que el aparato que ha funcionado en Lisboa, el de Rousby, es un falso animatógrafo. La reacción del pionero húngaro es contundente:
O ANIMATOGRAPHO– […] Ao Público […] Tendo a empresa dum dos teatros de Lisboa [Teatro Amélia] feito publicar diferentes reclames e anúncios dizendo haver contractado o Animatographo do teatro Alhambra, de Londres, acrescentando que esse Animatographo era o verdadeiro, pois que o meu era apenas uma imitaçao e un Animatographo falsificado, vejo-me colocado na absoluta necessidade de –em legítima defesa– castigar semelhante calúnia, e desmascarar a burla feita ao público de Lisboa […]
É absolutamente falso que o Animatographo que está funcionando num dos teatros de Lisboa seja o do teatro Alhambra […] que ainda continua funcionandoi no mesmo teatro.
O Animatographo, que tive a honra de apresentar ao ilustrado público de Lisboa, é absolutamente igual e do mesmo fabricante do que funciona no Alhambra.
Nao é uma imitaçao mas um verdadeiro Animatographo.
E para que as minhas declaraçoes claras e precisas nao possam ser postas em dúvida, ofereço desde já a quantia de 500 000 réis a quem provar o contrário.
Na próxima semana terei a honra de paresantar novamente no Real Coliseu, o meu verdadeiro Animatographo… e além disso farei conhecer em Lisboa os aperfeiçoamentos feitos por Mr. Paul ao invento do genial electricista Edison, que ha pouco uma outra empresa teatral anunciou, e cuja exibiçao nao passou de anúncios e reclames.
Eu só anuncio o que hei-de cumprir.
EDWIN ROUSBY
Electricista de Budapesth.
O Correio da manha,Lisboa, domingo 23 de agosto de 1896.
La batalla de los animatógrafos así empieza y los empresarios del teatro D. Amélia, el Vizconde de S. Luís Braga y el actor Guilherme da Silveira contestan de manera inmediata publicando una declaración y el contenido de unos telegramas:
A imprensa e ao publico
O nobre e ilustre Fidalgo Visconde de S. Luís Braga, e o não menos ilustre e afamado actor Guilherme da Silveira, ínclitos empresários do teatro D. Amélia, coadjuvados pelo seu austero e respeitável secretário, insistem em fazer reclamar o Animatógrafo que exibem no seu teatro, como sendo o verdadeiro do teatro Alhambra, de Londres, apesar do protesto peremptório de mr. Rousby, corrobarado com a oferta de 500 mil réis a quem provasse o contrário do que ele afirmou e sustenta.
Simplesmente para que a Imprensa e o público possam prestar completa homenagem ao cavalherismo e lisura com que aqueles cavalheiros procedem nos seus reclames, publicamos os seguintes documentos […].
O Século, Lisboa, lunes 31 de agosto de 1896.
Dejando aparte la polémica, lo cierto es que el aparato del Teatro Dona Amélia, cuyos propietarios son el Sr. José Dos Santos Libório y Zea [o Ze] Bermudes, se anuncia en la prensa como “animatographo” hasta el día 12 de agosto –justo el día en que se patenta el cinematograph de Wrench– y a partir de allí ya sólo se habla de “cinematographo” y nunca más de “animatographo”. El abandono completo del nombre “animatographo” por el de “cinematographo” se puede explicar porque en Londres, en el último momento, el comprador, Libório o Bermudes, se decide por el aparato de Wrench. La presencia del animatógrafo de Rousby hace que los portugueses renuncien a utilizar el nombre del aparato de Robert W. Paul. También se podría pensar que se trata de una estrategia comercial para utilizar el nombre que están imponiendo los Lumière –uno de sus aparatos está en Londres haciéndole la competencia al animatógrafo de Paul– frente al menos difundido y de denominación variable del inglés –también se conoce como theatrograph.
El actor Francisco Dos Santos tiene un papel destacado porque interviene en las proyecciones consiguiendo ajustar perfectamente el ritmo como lo relata detalladamente el Jornal do Comércio, Lisboa, 19 de agosto de 1896:
Nos bastidores
Alguns colegas denunciaram há días o facto de estar sendo dirigido por um artista portugués o Animtógrafo em exibição no teatro D. Amélia.
Nada de extraordinário o facto, que em Portugal há artistas de muita inteligência e aplicação, mas algumas circunstancias que o revestem obrigam-nos a contar por completo a história do Animatógrafo do D. Amélia, fazendo-lhe uns comentarios que nos parecem necessários.
Há tempos, foi comprado em Londres por um homem de dinheiro, um animatógrafo com destino àquela casa de espectáculos.
Com o aparelho foi contratado naquela cidade um homem que o faria funcionar.
Daí a pouco anunciava-se a première do animatógrafo, e no teatro tratava-se da montagem indispensável.
Chegadad, porém, a noite do espectáculo, o encarregado do funcionamento do aparelho declarou-se incompetente.
Foi preciso un contra-anúncio salvador para desencravar a empresa (permitam-nos a frase, jà agora quase entrada nos domínios do clasicismo).
Um actor modesto e inteligente, o sr. Francisco dos Santos, que por ali estaba examinando o aparelho, ofereceu-se para livrar a empresa do fiasco a que estaba sujeita pela falta de quem soubesse fazer funcionar o animatógrafo.
E no outro dia realizou-se a paresentação, é claro com as indecisões própias da estranheza do métier, mas revelando aos poucos iniciados na substituição uma intelegência e perícia digna de notar-se.
Daí por diante, os aperfeiçoamentos no funcionamento do aparelho têm sido sensíveis e o público tem-lhe prodigalizado largos aplausos.
Era natural que estas demonstrações de agrado devessem ser recebidas e agradecidas pelo artista que maneja a máquina cinematográfica, mas com espanto do público ese homem nunca apareceu a agradecer.
Isto é o que se tem visto.
O que se não vê, porém, mas que é certo é isto: os empresários do animatógrafo, em vez de remunerarem, como devem, o artista que os salvou dum fiasco, têm-lhe dado apenas uma insignificantíssima quantia como remuneração de um trabalho que sabem lhe custaria bem caro feito por um estrangeiro.
Além disso, com o intuito de, provavelmente, enganerem o público, fazendo-o supor que o aparelho funciona sob a direcção de qualquer sumidade do teatro do Alhambra, de Londres, não têm, segundo nos informam, consentido que o artista encarregado do funcionamento da máquina venha ao palco agradecer os aplausos que justamente lhe prodigalizam.
Esses factos contêm uma tal significação moral que nos obrigaram a vir aquí denunciá-los.
Mostram eles três coisas: os escrúpulos de certas consciencias, a esperteza de certos empresários e a situação dos pobres artistas portugueses inteligentes e trabalhadores.” E, em aditamento de última hora, esclarecía-se:
“Depois de escrito este artigo, o público, fazendo justiça à inteligencia do modesto artista a que acima nos referimos, tem-o chamado ao palco, vitoriando-o como merece.
Resultado da denuncia feita pelos jornais.
Ainda vale alguma coisa a Imprensa.
Jornal do Comércio,Lisboa, domingo 6 de septiembre de 1896.
Es gracias a la inteligencia del actor Francisco dos Santos como, en el teatro Dona Amélia, las proyecciones se desarrollan sin problema señalado hasta que el 31 de agosto de 1896 por la noche cuando hay un principio de incendio en la cesta donde están las cintas cinematográficas y se pierden muchas vistas entre las cuales Dança Serpentina, Trapeiro, Avenida de Westminster, Casamento Real y Afixar Cartazes. El primero de septiembre terminan las exhibiciones en el coliseo y allí empieza la gira por España.
Sevilla
La labor de difusión del cinematógrafo va a ser realmente impresionante y los pioneros portugueses tienen un papel fundamental presentando el aparato en prácticamente todas las capitales andaluzas. Al parecer los que están realmente en España son los dos actores Francisco dos Santos y Guillermo Silveira acompañados al parecer de António Manuel Teixeira. Siempre según la prensa portuguesa, el animatógrafo está en Madrid y da algunas sesiones:
O actor Francisco Santos, que há pouco esteve no teatro D. Amélia trabalhando com o Animatographo, acha-se em Madrid apresentando aquele aparelho.
Tarde, Lisboa, sábado 19 septiembre de 1896.
Este anuncio, en una fecha tan tardía, se tiene que considerar con cierta prudencia. En el mes de septiembre, en Madrid, no se ha localizado, por ahora, ningún cinematógrafo que funcionara, y además en aquel momento, el aparato ya está en Sevilla. Lo único que se puede admitir es que los pioneros llegan efectivamente a la capital española en los primeros días de septiembre y que tienen tal vez algún contacto para presentar el animatógrafo. Esto no excluye que tal vez presenten su cinematógrafo en alguna ciudad próxima de la capital como Toledo donde se exhibe un aparato durante el segundo semestre de 1896{/tip}. Curiosamente, meses más tarde, estando la empresa Guilherme da Silveira en Granada, El Popular alude a unas vistas –probablemente fotográficas–, una de ellas sacada enToledo:
El cinematógrafo
El viernes tendrá lugar la inauguración del cinematógrafo en uno de nuestros teatros probablemente en el Principal.
La empresa posee una magnífica colección de vistas nacionales de verdadero mérito histórico-artístico.
Entre éstas, se encuentra el “Palacio árabe de Granada”, los “Monumentos visigóticos de Toledo”, la “Danza serpentina, Loie Fuller” y otras muchas que han llamado la atención en todos los públicos.
El Popular, Granada, jueves 12 de noviembre de 1896, p. 2.
Aunque esto no constituya una prueba de la presencia de los portugueses en Toledo, es sin embargo una información a tener en cuenta, ya que al fin y al cabo Francisco dos Santos está en Madrid y luego presentó su cinematógrafo en Sevilla.
De hecho es muy probable que, como es su punto de partida, Madrid también sea el final de su giro como se verá. Lo cierto es que la primera etapa importante de Francisco dos Santos es Sevilla donde presenta el cinematógrafo en el Café Suizo como lo señaló Tarde del 21 de septiembre de 1896:
O actor Santos, que esteve no teatro D. Amélia, trabalhando com o Animatographo, acha-se actualmente en Sevilha exibindo aquele aparelho.
Tarde, Lisboa, lunes 21 de septiembre de 1896.
Y con bastante retraso O Repórter del 11 de octubre:
O ANIMATOGRAPHO EM SEVILHA O Animatographo que esteve no teatro D. Amélia está acutalmente em Sevilha, no “Salao Suisso”, onde todas as noites a concorrência é enorme.
Quem dirige o aparelho é nosso compatriota Francisco dos Santos […] que aqui esteva como actor da sociedade artística.
Representando a empresa do Animatographo está também naquela cidade o nosso amigo António Manuel Teixeira, inteligente secretário da empresa Guilherme da Silveira & C.ª.
As vistas que têm causado maior entusiasmo sao: “Uma Oficina de Sarralharia”
INCÉNDIO DA ÓPERA CÓMICA DE PARIS
“Uma Corrida de Cavalos em Londres”, “Noite Terrivel”, “O comboio”, “O desfilar do Regimento”.
O Repórter, Lisboa, domingo 11 de octubre de 1896.
Estas informaciones son esenciales para la identificación de los pioneros portugueses y para confirmar que el primer aparato que se estrena en Sevilla es efectivamente un animatógrafo aunque, como en Portugal, siempre se anuncia en España como “Cinematógrafo”. La capital andaluza no ha recibido todavía la visita de ningún cinematógrafo y constituye evidentemente para unos comerciantes como los portugueses un lugar idóneo para hacer negocio. La necesidad de adaptarse a las situaciones locales hace que Francisco Dos Santos no siempre escoja un “salón” para su aparato como es el caso en la capital andaluza, o sea que resulta difícil determinar un modelo tipo de exhibiciones de las fotografías animadas. El café Suizo, levantado hacia 1860, está situado en la calle Sierpes, 27 y 29 y organiza programaciones artísticas en su salón. Según las épocas va cambiando de nombre: café Suizo, Salón Suizo, Teatro Palacio Edén, etc. Es remodelado varias veces en su historia hasta llegar a ser salón de cine en 1906. En los primeros días de septiembre se anuncia la llegada de un Animatógrafo:
Ya está anunciada la presentación en esta capital del último adelanto de la electricidad, el Animatógrafo, o sea la fotografía con vida. Su objeto es reproducir con toda naturalidad los movimientos que la vida puede apreciar.
El Porvenir, Sevilla, miércoles 9 de septiembre de 1896.
Sin embargo, las incertidumbres sobre el teatro o el lugar donde van a tener lugar las exhibiciones del animatógrafo se reflejan en la prensa:
En breve se presentará al público de Sevilla, probablemente en el teatro de Cervantes, el Cinematógrafo, maravilloso invento que ha llamado la atención en Europa y en las dos o tres capitales españolas donde se ha presentado.
El Cinematógrafo es una aplicación de la fotografía del movimiento, prodigio de la mecánica moderna del que no puede dar idea exacta más que la visión directa, resultando pálidas todas las explicaciones que puedan darse.
El Noticiero sevillano, Sevilla, sábado 12 de septiembre de 1896.
Como se puede apreciar los contactos tienen lugar con el teatro de Cervantes que finalmente no puede acoger el nuevo invento; existe aquí, como en muchísimos otros casos, una dimensión puramente arbitraria en la elección de los lugares que podían presentar el cinematógrafo. La prensa rectificó el anuncio evocando un error aunque pudo ser, más probablemente, un cambio de lugar circunstancial:
De un día a otro se exhibirá en el antiguo local donde estuvo el café Suizo, el Animatógrafo, anunciado por las calles hace muchos días. No es cierto, como han dicho algunos periódicos, que se exhibirá en el teatro de Cervantes.
El Porvenir, Sevilla, miércoles 16 de septiembre de 1896.
Y de hecho, en Sevilla, empiezan, el 17 de septiembre, en el café cantante Suizo:
Esta noche emperezará en el salón del Suizo el maravilloso espectáculo conocido por el Cinematógrafo. La primera sección será a las ocho y está dedicada a las autoridades y a la prensa. En el salón se han colocado las sillas de preferencia en el centro, y fuera de una baranda que encierra a aquéllas, están los demás asientos. Tenemos entendido que este espectáculo ha de llamar poderosamente la atención del público sevillano, que desfilará seguramente por el salón del Suizo. Entre los varios cuadros que se exhibirán, son los más notables. La llegada del tren expreso a la estación de Joinville, cuadro compuesto de 2.500 fotografías, y la Pasada de un regimiento para las grandes maniobras de Long Champs, cuadro compuesto de 8.000 fotografías. Los precios son 60 céntimos y 30 respectivamente.
El Noticiero sevillano, Sevilla, jueves 17 de septiembre de 1896.
"Besa Las Manos" (invitación) a la sesión para las autoridades y la prensa, Sevilla, 16 de septiembre de 1896.
De esta misma sesión inaugural, con invitaciones, El Español ofrece una descripción más detallada:
EL CINEMATÓGRAFO
Anoche, en el salón del Suizo, se dio a conocer en Sevilla este curioso invento de la ciencia.
El cinematógrafo es la reproducción de escenas de la vida real, por medio de la fotografía, presentándolas con la animación y movimientos naturales.
Es digno ciertamente de la fama de que goza.
En la sección primera de anoche, dedicada a las autoridades y a la prensa de Sevilla, se exhibieron varios cuadros que causaron la admiración de todos por su propiedad en la reproducción. Entre los más curiosos citaremos un cortejo en Francia para la celebración de un premio a la virtud; la danza de la Bella Chiquita; la llegada de un tren a la estación de Joinville; una vista de las costas de Normandía; pasaje de un regimiento francés, y otros.
Entre otras autoridades asistieron los señores Gobernador civil, Alcalde, Delegado de Hacienda, Juez Decano y varios concejales.
Le auguramos un éxito al espectáculo.
El Español, Sevilla, viernes 18 de septiembre de 1896, p. 2.
Sin embargo, ambos artículos son característicos de las repercusiones periodísticas que tienen en general los cinematógrafos, sobre todo cuando el exhibidor es el redactor, lo cual en este caso no se puede afirmar. La prensa también dedica largos artículos bastante convencionales y de divulgación científica al cinematógrafo.
Salón del Suizo. |
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Programa de mano, Salón Suizo, Sevilla, 18 de septiembre de 1896 © AMS y Miguel Ángel Yánez Polo |
Por suerte se han conservado una serie de programas de mano que nos permiten conocer de manera bastante precisa la forma adoptada para las sesiones del café Suizo. Después de la sesión inaugural del 17 de septiembre, reservada a la prensa y a los invitados, los portugueses anuncian sus programas. El principio básico es la función homogénea con unas diez vistas en cada sección, de una duración de una hora cada una. Gracias al programa del 23 de septiembre podemos apreciar la forma de propaganda que utilizan los exhibidores: ponen de realce una cinta en cada sección: La Gran corrida de Caballos en el Hipódromo de Londres, Desfile de un Regimiento para las grandes maniobras de Long Champs, Llegada de un tren a la estación de Joinville y en la última sección dos vistas, Llegada de un tren y Noche terrible.
Programas de mano, Salón Suizo, Sevilla, 23 de septiembre y 5 de octubre de 1896 © Archivo Municipal de Sevilla |
El programa completo que se ha conservado permite apreciar de qué manera los portugueses procedían a combinaciones bastante equilibradas entre vistas generales, vistas de actualidad, cintas cómicas e, incluso, una vista de danza atrevida que Edwin Rousby ya había presentado en Madrid en el pasado mes de mayo.
La exhibición del cinematógrafo en el Salón Suizo tiene cierta repercusión regional ya que La Provincia de Huelva evocó con bastantes detalles la inauguración de las sesiones:
Nos dicen de Sevilla:
“En el hermoso Salón del café Suizo se inauguró anteanoche el maravilloso invento titulado “El Cinematógrafo”.
Efectivamente es maravilloso el novísimo invento y digno de verse, pues los cuadros reales que se manifiestan son dignos de todo encomio y dan una idea exacta del notable invento.
Merecen especial mención los cuadros de la llegada de un tren express a la estación de Joinville y el pasaje de un regimiento para las grandes maniobras de Long Champs, cuyos detalles son imposibles describir, y sólo pueden apreciarse viendo sus efectos.
A la primera sección asistieron las autoridades, señoritas e individuos de la prensa, saliendo todos maravillados del precioso y recreativo espectáculo.”
Es muy probable que este invierno tengamos en Huelva dicho aparato.
La Provincia, Huelva, jueves 22 de septiembre de 1896, p. 2.
Sin embargo, en Sevilla, en lo sucesivo, la información periodística fue mermando aunque sí se señala, de forma bastante repetida, que el público está muy satisfecho y, como suele hacerse, los cuadros preferidos son bisados. Estas reacciones, repercutidas por la prensa, pueden tener que ver sin embargo con reclamos de la Sociedad que presenta el aparato, y sabemos que las exhibiciones no son tan perfectas como lo afirmaban los reclamos:
El único defecto que se nota, es la vibración grandísima del aparato. Si pudiera esto reducirse un poco, el efecto sería muchísimo mejor.
La Andalucía, Sevilla, jueves 22 de septiembre de 1896.
Los cinematógrafos de los inicios padecen principalmente de dos defectos: la oscilación de la proyección y el centelleo debido a la luz. Pocos fueron los aparatos que escaparon de estos desperfectos, siempre los mejores el cinématographe y el cronofotógrafo Gaumont. De vez en cuando se presentaban vistas nuevas y excepcionalmente se ofrecían descripciones muy detalladas con fue el caso de Derby de Robert W. Paul:
El maravilloso invento el Cinematógrafo no deja de ser el punto culminante de atracción para el público. Esta noche se estrena un nuevo cuadro que representa unas carreras de caballos en el hipódromo de Londres. El caballo vencedor en el Derby ha sido el caballo favorito del príncipe de Gales. El entusiasmo producido en Londres fue enorme, pues hacía 25 años que el gran premio no era conferido a ningún caballo de las caballerizas reales; más de cien mil personas asistieron a la gran fiesta. Este cuadro representa el momento de la llegada del vencedor, viéndose venir a gran distancia los jockeys corriendo, y al frente el caballo vencedor. El público, lleno de entusiasmo, asalta la pista y corre a vitorearlo. Mañana se estrenarán dos nuevos cuadros: Un taller de herrería y el momento en que los bomberos salvan a las víctimas en el incendio del teatro de la Opera, de París. Como se puede apreciar, la empresa del Cinematógrafo no cesa en su empeño de dar gran variedad al espectáculo.
El Noticiero sevillano, Sevilla, miércoles 23 de septiembre de 1896.
Esta descripción detallada también es la que figura en el programa del día 23 de septiembre, lo cual indica claramente que el artículo de El Noticiero sevillano era un puro reclamo.
La competencia que puede representar el cinematógrafo para el teatro la volvemos a encontrar en la capital andaluza donde la calidad de las obras presentadas era tan ínfima que:
[El] público […] prefiere pasar las veladas en el salón Suizo, viendo el desfile de las tropas, las carreras de caballos del Derbi, y otros cuadros que el Cinematógrafo le ofrece por pocas perras.
Ya que hablo del maravilloso invento, parece que la empresa del Duque nos ofrecerá otro. Así que tendremos fotografía animada por partida doble.
La Andalucía, Sevilla, viernes 25 de septiembre de 1896, p. 3.
También se anuncia la llegada próxima de otro aparato que, de hecho, no representa ninguna competencia para el café Suizo dada la calidad flojísima de las proyecciones que tienen lugar en el teatro del Duque. Lo único que provocó este segundo artilugio es una confusión en los comentaristas que ya no saben hacia donde sale el cinematógrafo del café Suizo, que de hecho se va a la vecina Jerez.
La última presentación del cinematógrafo de los portugueses tiene lugar el lunes 5 de octubre de 1896, día de la despedida y en el programa que edita se deshacen en agradecimientos:
Esta empresa en virtud de otros Contratos, termina hoy sus espectáculos y viene públicamente dar testimonio de su gratitud para con el público a la prensa y finalmente para con todos aquellos que tan galantemente acogieron desde la noche de su debut no solo demostrando notable entusiasmo todas las noches a sus espectáculos, como también haciendo ver con los aplausos que les dispensaron el justo mérito que les ha merecido el CINEMATÓGRAFO el más perfecto de todos los que se tienen exihibido [sic] en España hasta hoy.
Repitiendo de nuevo su agradecimiento, anunciamos hoy un espectáculo extraordinario, dividido en CUATRO SECCIONES, compuestas 12 CUADROS de fotografía Animada, cada una, exhibiéndose los que más aplausos han obtenido en este Salón.
Programa de mano, Salón Suizo, Sevilla, 23 de septiembre de 1896, Archivo Municipal de Sevilla.
Jerez
Los portugueses y a su empresario Ricardo Mosquera, lo que está previsto es que vayan a Cádiz a presentar el cinematógrafo en el Teatro Principal, pero no se llega a un acuerdo. Finalmente, se detienen unos días en Jerez. Las sesiones tienen lugar en el Teatro Principal, del 8 a 11 de octubre de 1896 y a pesar de la ausencia de informaciones –El Guadalete sólo ofrece artículos muy cortos– la organización global de las funciones es similar a la que hay en Sevilla, sobre el modelo de las representaciones del café Suizo. Gracias al Diario de Cádiz sabemos que el empresario del aparato es efectivamente Ricardo Mosquera:
El Cinematógrafo, de que es empresario D. Ricardo Mosquera, y que con tanto éxito actúa en el antiguo café Suizo de Sevilla, contado por llenos rebosados las cinco exhibiciones de cada noche, debutará en Jerez pasado mañana para dar cinco funciones a lo menos.
Según informer [sic] que tenemos por verídicos, vendrá luego a Cádiz.
Diario de Cádiz, Cádiz, martes 6 de octubre de 1896, p.2.
El Guadalete, por su parte,va a publicar breves informaciones que confirman que el cinematógrafo constituye el único espectáculo de las sesiones:
TEATRO PRINCIPAL– GRAN FUNCIÓN PARA HOY.
Segunda presentación del célebre Cinematógrafo.
Precios: Butaca con entrada, 60 céntimos. Paraíso, 15.
El Guadalete, Jerez, viernes 9 de octubre de 1896.
En un artículo posterior se puede leer además que “esta noche es la última función, habiendo tres únicas sesiones en las cuales se exhibirán cuadros distintos en cada una de ellas.” A pesar de las poquísimas informaciones, un artículo revela que las sesiones no son del todo perfectas y que se notan algunos desperfectos:
Continuó anoche exhibiéndose en el Teatro Principal los cuadros del cinematógrafo, concurriendo a presenciar numeroso público en todas las secciones particularmente durante la primera y segunda, demostrando su agrado la concurrencia en los cuadros, El jardinero regando las flores, cuyo asunto se presenta completa la exhibición y que es uno de los cuadros mejores. El del Cortejo cívico también es un cuadro que agrada mucho a los expectadores como en general casi todos los que exhiben.
Todas las noches preséntanse cuadro nuevos y esperamos que si la empresa tiene especial cuidado para que los cuadros se presenten con esmero, salvan en lo posible las dificultades del lugar, continuará con público bastante en muchas noches.
El Guadalete, Jerez, sábado 10 de octubre de 1896, p. 2.
La evocación de “las dificultades del lugar” se refiere probablemente a la disposición del Teatro Principal y tal vez a los problemas que están relacionados con las exhibiciones en los teatros mucho más difíciles de adaptar que un “salón” de tal o cual café o casino. El último anuncio publicado evoca el final de las exhibiciones:
Siguen exhibiéndose en nuestro Teatro Principal los cuadros del “Cinematógrafo” con gran beneplácito del público que acude en bastante número a presenciarlos y a aplaudir muchos de ellos, siendo anoche el que más agradó La carrera de caballos, a juzgar por los nutridos aplausos de la concurrencia.
Esta noche es la última función, habiendo tres únicas secciones en las cuales se exhibirán cuadros distintos en cada una de ellas.
El Guadalete, Jerez, domingo 11 de octubre de 1896, p. 2.
Cádiz
Si bien la estancia en Jerez es breve, tampoco se quedan mucho tiempo los portugueses en Cádiz. Estando todavía en Jerez, Francisco dos Santos publica un artículo en la prensa gaditana para anunciar su próxima llegada:
Cinematógrafo
La empresa del Cómico publica el siguiente anuncio:
Interesante público, la empresa de este coliseo tiene la satisfacción de anunciar que ha contratado, para empezar a la mayor brevedad, el maravilloso aparato llamado el Cinematógrafo, considerado por todos los hombres científicos como la última palabra de los inventos, no sucediendo así con los aparatos llamados Cinetógrafos y Vitógrafo que carecen en absoluto de la sin igual perfección del cinematógrafo que es el que esta empresa tendrá el honor de presentar a pesar de los cuantiosos gastos que ocasiona.
El autor del cinematógrafo ofrece 100.000 ptas. al que presente un aparato tan perfeccionado como su cinematógrafo.
El asombro de los públicos de París, Londres, Viena, San Petersburgo, Roma, Lisboa, y últimamente Madrid, como sabe todo el mundo, no lo ha causado el cinetógrafo, ni el Citógrafo, sino el cinematógrafo.
Diario de Cádiz,Cádiz, viernes 9 de octubre de 1896, p. 2.
Guillermo Silveira y Francisco Dos Santos no vacilan en proceder a una publicidad agresiva en defensa de su propio cinematógrafo y menospreciando cualquier tipo de aparato de proyección. Como el aparato del Teatro Duque de Sevilla ha conseguido adelantarlos en Cádiz, sus ataques son todavía más duros. En cuanto a la prensa, se ocupa se dededica a comparar los dos cinematógrafos:
El nuevo cinematógrafo que anoche debutó en el Teatro Cómico no ha llamado grandemente la atención del público gaditano, conocedor ya de la maravillosa aplicación de la fotografía y de la electricidad a la apariencia e ilusión del movimiento de las figuras. El que ha sido exhibido en el Teatro Principal las noches anteriores, no tenía ni mejores ni peores condiciones que el que primeramente hemos mencionado.
Si en aquel, las figuras aparecían de tamaño desproporcionado a veces por lo grandes, defecto que dan más realidad al cuadro, en este último se presentan demasiado pequeñas, circunstancia que no favorece por cierto el mayor lucimiento. Sólo dos cuadros de los diez presentados fueron aplaudidos. En los restantes el público no encontró la novedad que esperaba […].
Diario de Cádiz, Cádiz, sábado 17 de octubre de 1896, p. 2.
Frente a los reclamos que se encuentran muy a menudo en la prensa, un artículo como éste tiene la virtud de poner mejor las cosas en su sitio, y las críticas del articulista son interesantes en la medida en que muestran que la perfección de su cinematógrafo proclamada por los portugueses era bastante relativa. En cuanto al espectáculo, las sesiones de cinematógrafo alternan con zarzuelas en los tres días que están dando exhibiciones los portugueses.
Córdoba
Tras las rápidas etapas jerezana y gaditana, el cinematógrafo llega a Córdoba donde se queda unos diez días. Es interesante notar cómo la estancia de los cinematógrafos no es únicamente tributaria de la población local y en el caso preciso de Córdoba, menos poblada que Jerez o Cádiz, las exhibiciones duran mucho más tiempo. Es también en una sala de espectáculos, el Teatro Circo del Gran Capitán, donde se dan las sesiones del cinematógrafo. Desde el día 21 de octubre, El Diario de Córdoba está anunciando la próxima llegada del cinematógrafo que viene de Sevilla y Cádiz. El programa completo, aunque sin el título de las vistas se publica en el mismo diario el 23 de octubre, día del debut del cinematógrafo en Córdoba, donde de hecho no se ha presentado ningún aparato hasta entonces.
Primer programa del cinematógrafo de Francisco Dos Santos
Diario de Córdoba, 23 de octubre de 1896.
El programa esa bastante parecido al que se ha ofrecido en Sevilla en particular en la organización por secciones, aunque como se puede apreciar, están espaciadas de tres cuartos de hora, lo cual puede indicar una mayor destreza en el manejo del aparato ya que el número de vistas sigue siendo el mismo. Una indicación en el programa señala que el cinematógrafo es “el único y verdadero aparato inglés que recorre la Andalucía” lo cual confirma que bien puede ser el cinematograph de Wrench. Si bien es cierto que El Diario de Córdoba vuelve a repetir el anuncio en los siguientes días hasta las últimas sesiones, el resto de las informaciones es más bien limitado, siendo la reseña del día 25 la que más datos ofrece:
Teatro-Circo.– La primera exhibición del célebre invento llamado el Cinematógrafo, llevó anteanoche al Teatro-Circo del Gran Capitán numerosa y distinguida concurrencia. El Cinematógrafo, o sea la fotografía animada, con personajes, edificios, objetos, tipos y escenas cómicas, presentados con gran variedad y exactitud, causaron la admiración general en todos los concurrentes, que aplaudieron la mayor parte de los cuadros, obteniendo también a petición del público la reproducción de algunos. El desfile de un regimiento, el jardinero, el oleaje del mar en la costa, los tres clowns, la carrera de caballos y otros varios, produjeron en la concurrencia los efectos de la admiración. En las tres primeras sesiones, principalmente, se vieron ocupadas todas las localidades del Teatro-Circo al que [¿acudieron?] todos los profesores de la orquesta capital. Para esta noche se anuncia variada función.
El Diario de Córdoba, Córdoba, domingo 25 de octubre de 1896, p. 2.
Se puede notar la consabida satisfacción del público en este artículo que tal vez puede ser un reclamo. Lo cierto es que muestra que, como se hace en el teatro o en la zarzuela, los cuadros que más gustan se repiten a petición del público. El Diario de Córdobadel domingo 1º de noviembre anuncia el final de las funciones cinematográficas, de manera bastante lacónica:
Teatro Circo.– Esta noche se verificará en el Teatro-Circo del Gran Capitán la última exhibición de los notables cuadros del maravilloso invento Cinematógrafo.
El Diario de Córdoba, Córdoba, domingo 1º de noviembre de 1896, p. 2.
Granada
Desde la salida de Córdoba hasta la llegada a Granada transcurren unos diez días, lo cual supone una larga interrupción para unos pioneros que, como cualquiera, pretenden rentabilizar la compra del cinematógrafo. Por eso no se puede excluir que los portugueses vayan visitando otras ciudades más pequeñas, exhibiciones de las cuales no se ha conservado huella periodística. Lo cierto es que el cinematógrafo llega a Granada el día 9 de noviembre como lo anunciaba La Publicidad:
En el tren corres [sic] de anoche llegó a Granada el prodigioso aparato denominado Cinematógrafo, que tanto ha elogiado la prensa en estos últimos meses.
El Cinematógrafo es el aparato de su clase más perfeccionado que se conoce en España, y en Granada ha de llamar poderosamente la atención, porque ya se ha visto un espectáculo análogo y podrá el público apreciar la extroardinaria diferencia que existe del uno al otro, y lo muchísimo que se ha adelantado con el Cinematógrafo, pues presenta cuadros magníficos sin la gran oscilación a que aquí estamos acostumbrados y es notable y numerosa la colección de vistas que trae consigo el propietario de tan perfeccionado aparato.
No se sabe aún donde ha de establecerse en esta población, ni si la Compañía de Electricidad podrá facilitar la fuerza que necesita para que funcione el Cinematógrafo, pero confiamos en que se orillarán las dificultades que puedan presentarse y podremos admirar este adelanto del siglo.
La Publicidad, Granada, martes 10 de noviembre de 1896, p. 2.
Esta gacetilla es rica en informaciones, aunque probablemente se trate sencillamente de un reclamo. Lo primero es que el articulista o publicista conoce la situación local ya que se recuerda la presencia del kinetógrafo Werner, uno de los cinematógrafos surorientales, del mes de septiembre. Además hace hincapié en uno de los problemas constantes de los primeros aparatos y que va a durar bastantes años, el de la oscilación –tal vez se trate de hecho del centelleo. Por último, las dudas sobre el lugar escogido para las exhibiciones muestran que las giras tienen componentes aleatorios, siendo la electricidad uno de los más importantes, y que si bien se escoge la ciudad, el salón o el coliseo no se deciden sino en el último momento. En este caso, las dificultades son reales. Entre los anuncios más sorprendentes está la gacetilla, que ya hemos citado, de El Popular que detalla parte del repertorio:
El cinematógrafo
El viernes tendrá lugar la inauguración del cinematógrafo en uno de nuestros teatros probablemente en el Principal.
La empresa posee una magnífica colección de vistas nacionales de verdadero mérito histórico-artístico.
Entre éstas, se encuentra el “Palacio árabe de Granada”, los “Monumentos visigóticos de Toledo”, la “Danza serpentina, Loie Fuller” y otras muchas que han llamado la atención en todos los públicos.
El Popular, Granada, jueves 12 de noviembre de 1896, p. 2.
Que esté La Danza serpentina en el repertorio de los portugueses esto se ha podido comprobar, pero que figuren dos vistas nacionales –Palacio árabe de Granaday Monumentos visigóticos de Toledo– no deja de sorprender. Primero por ser ésta la única referencia a dichas presuntas vistas, segundo porque nada permite pensar que los portugueses hayan podido rodar cintas. Con bastante prudencia se tiene que considerar ese tipo de anuncio. De hecho, El Popular y El Defensor de Granada anuncian el mismo día 13 de noviembre las primeras funciones del cinematógrafo. Los portugueses van a introducir ligeras modificaciones en la organización general de las sesiones, mientras la fórmula habitualmente adoptada hasta entonces es de cuatro secciones de diez vistas cada una, en Granada, las sesiones se reducen a tres:
El Cinematógrafo.
Esta noche tendrá lugar en el teatro Principal una escogida función dividida en tres secciones, en cada una de las cuales se exhibirán primorosos cuadros entre los que se halla la célebre y aplaudida “Dama serpentina” [sic].
El espectáculo dará comienzo a las ocho de la noche, siendo las dos secciones sucesivas a las nueve y a las diez.
El Popular, Granada, viernes 13 de noviembre de 1896, p. 1.
Pero como se puede apreciar, en vez de tres cuartos de horas se vuelve a sesiones de una hora. Sin embargo, esta sesión no tiene lugar por razones técnicas y sólo al día siguiente los granadinos pueden disfrutar de las presentaciones cinematográficas:
Mañana definitivamente debutará el aparato Cinematógrafo, no pudiendo ser hoy come se quería, por no haberse concluido la difícil y gran instalación que se está haciendo del aparato y de la luz eléctrica.
La Publicidad, Granada, viernes 13 de noviembre de 1896, p. 1.
La variedad de periódicos granadinos hace que tengamos una visión bastante precisa de las sesiones y de las circunstancias que rodean estas exhibiciones. El Popular vuelve a comparar el nuevo cinematógrafo con el aparato presentado meses antes:
El cinematógrafo.
Anoche se inauguró en el teatro Principal, la serie de representaciones que han de darse con el nuevo y maravilloso aparato, conocido con el nombre que encabeza estas líneas.
El Kinetógrafo cuyo funcionamiento era conocido de muchos concurrentes por haberlo visto en otro aparato análogo que estuvo instalado en los bajos de la terraza, gustó anoche de modo extraordinario, pues las oscilaciones que tanto molestaban a la vista en el primero que se estableció en Granada, apenas se observan, en el que anoche se inauguró, mereciendo unánimes aplausos, la presentación de las fotografías animadas, sobre todo la famosa danza serpentina, que es verdaderamente una maravilla, pues la ilusión es completa.
El teatro se vio muy concurrido en las tres secciones, y es seguro que cada noche se verá más, dada la perfección que se ha logrado en la realización del descubrimiento que nos ocupa.
El Popular, Granada, sábado 14 de noviembre de 1896, p. 2.
La comparación que establece el periodista tiene bastante interés ya que nos permite considerar que, teniendo en cuenta lo que la prensa andaluza ha ido diciendo, se trata de un cinematógrafo de calidad aceptable y en cualquier caso superior al kinetógrafo Werner, un aparato en general bastante deficiente. En cuanto al repertorio se anuncian La corrida de caballos que constituye el clou del corpus, Un rompeolas de la playa de Normandia, Una señorita tomando un baño, La Bella Chiquita, La Serpentina y Riña de gallos. Por su parte, la prensa portuguesa que va siguiendo a distancia el periplo de sus compatriotas no deja de señalar la presencia de Francisco Dos Santos en Granada en noviembre de 1896:
ANIMATOGRAPHO PORTUGUÉS O Animatographo português, que esteve no teatro D. Amélia e que pertenece ainda aos empresários daquela casa de espectáculo, está actualmente no teatro Principal de Granada e continua a ser dirigido pelo nosso compatriota e amigo o actor Francisco Dos Santos.
A concorrência ao Teatro Principal tem sido enorme […].
O Reporter, Lisboa, domingo 15 de noviembre de 1896.
Esta presencia granadina se vuelve a señalar en el periódico Tarde del 26 de noviembre de 1896:
O actor Francisco Dos Santos, que apresentou o Animatographo no teatro D.Amélia, está actualmente trabalhando com muito agrado do público no teatro Principal de Granada.
Tarde, Lisboa, jueves 26 de noviembre de 1896.
Estos testimonios confirman claramente que los pioneros portugueses recorren toda Andalucía y resulta por lo menos curioso que, en Portugal, se vuelvaa a emplear el nombre “animatographo” para designar el aparato que, como se ha visto, es con más probabilidades otro cinematógrafo inglés. Lo cierto es que en Andalucía se va utilizando únicamente el nombre de “cinematógrafo”.
El éxito, los cuadros nuevos, etc. forman parte de las exhibiciones cinematográficas de los portugueses, y la estancia en Granada se hubiera acabado como las otras, si con motivo de la supuesta última función no hubieran modificado algunos aspectos de su espectáculo:
La empresa del Cinematógrafo, da hoy martes la última y definitiva función a beneficio del público, con grandes rebajas de precios, y exhibiendo en cada sesión 12 vistas de las más escogidas del repertorio, y advirtiendo que en la última sesión exhibirá una vista colorida, que ha sido aplaudidísima por todos los públicos y es una señorita tomando un baño.
La Publicidad, Granada, martes, 17 de noviembre de 1896, p. 1.
Por una parte, se cambia el número de vistas y se bajan los precios, lo cual es a menudo una técnica para no sólo atraer a los espectadores sino para seguir proyectando durante unos días más, como ocurre aquí en Granada. Pero lo que constituye una novedad es la presencia de un déshabillé en colores que representa a “una señorita tomando un baño.” Francisco Dos Santos está entre los primeros en presentar en España un déshabillé, y en color, probablemente el primero. La consecuencia es el éxito que se logra con algo que los granadinos no han visto todavía:
A petición de muchos señores que no habían podido llevar a sus familias en las noches anteriores a que viesen el magnífico Cinematógrafo que se exhibe en el teatro Principal, y porque anoche asistió mucho más público que de costumbre, la empresa ha anunciado para hoy otra función, en la que se presentarán cuadros notables y algunos de colores, como la Bella Chiquita, la Serpentina, Riña de gallos, etc.
La Publicidad, Granada, miércoles, 18 de noviembre de 1896, p. 2.
Los portugueses permanecen poco tiempo en Granada, tal vez porque ya tienen negociadas otras exhibiciones en Almería.
Almería
Almería es la úlitma ciudad en el recorrido de los portugueses. El Teatro Novedades se ha inaugurado el día 24 de junio de 1883 con el estreno de la zarzuela La Campanone. En el momento en que Francisco Dos Santos y Guillermo Silveira van a presentar su cinematógrafo, al Teatro Novedades le queda poco tiempo de vida, en efecto a principios de 1898 se tira abajo como lo señala La Crónica Meridional:
Por fin…
Pasado mañana empezará a desarmarse el barracón llamado teatro Novedades, que según saben nuestros lectores, será reemplazado por uno de hierro de más seguridades y cabida que el actual.
Ya era justo, siquiera por el buen nombre de Almería, que desapareciera el Teatro Novedades, que por un milagro no nos ha aplastado una noche a los asiduos concurrentes al mismo.
Verdaderamente que ha sido una valentía en una noche de las muchas que se han presentado de lleno completo, asistir al teatro.
La Crónica Meridional, Almería, 22 de enero de 1898, p. 2.
En ese mismo coliseo, se anuncian las proyecciones desde el sábado 21 de noviembre tanto en La Provincia como en La Crónica Meridional:
El Cinematógrafo
Hemos tenido el gusto de saludar a D. Ricardo Mosquera, dueño del nuevo y moderno aparato denominado el Cinematógrafo, debido a la inagotable invención de Edisson y que tanto éxito ha alcanzado en Granada, cuya prensa recientemente ha hecho grandes elogios, así como en todas las demás capitales donde se ha exhibido.
Es un adelanto maravilloso en virtud del cual, la imagen fotográfica toma la animación y movimientos propios del original, haciendo presenciar una acción ejecutada por seres reales. La ilusión es completa. Desde la butaca del teatro asiste el espectador como por arte de mágico, a representaciones de escenas que han tenido lugar a mucha distancia.
Probablemente se dará a conocer a nuestro inteligente público, dicho maravilloso adelanto, dentro de breves días en el teatro de Novedades.
La Crónica Meridional, Almería, sábado 21 de noviembre de 1896, p. 2.
El artículo es de interés por ser pocos los que como él señalan no el dueño, como se verá, sino el empresario del cinematógrafo. En los inicios del cine, lo que se suele poner de realce son las películas y el aparato, pero el nombre del empresario casi nunca figura y ocurre otro tanto con el dueño del cinematógrafo. La prensa almeriense, al cometer un error, nos va a desvelar el nombre del propietario del aparato:
El Cinematógrafo
Mañana por la noche se expondrá en el teatro Novedades, el célebre aparato inventado por Edisson, conocido por cinematógrafo, el cual será presentado al público almeriense por primera vez.
Ayer dijimos equivocadamente que dicho aparato era propiedad de D. Ricardo Mosquera, no siendo así porque éste es del empresario del mismo, acompañándole como representante del dueño, D. Guillermo Silveira, a quien hemos tenido el gusto de saludar.
Dada la celebridad del aparato, se espera que mañana se vea muy concurrido el teatro Novedades.
La Crónica meridional, Almería, domingo 22 de noviembre de 1896, p. 2.
En el primer artículo ya sabíamos que el aparato viene de Granada y en éste se nos desvela el nombre de Guillermo Silveira, o sea la españolización de Guilherme da Silveira. La presencia de éste en Almería deja suponer que de hecho fueron realmente tres los hombres los que recorren Andalucía con el cinematógrafo como se indica al principio de la gira y si bien Francisco Dos Santos es probablemente el operador, Guillermo Silveira y António Manuel Teixeira van como representante de la empresa Guilherme da Silveira Cª. La Crónica Meridional del mismo día propone un largo artículo que ni quita ni pone nada a lo que ya se sabe del aparato y cuya función es meramente divulgativa:
El Cinematógrafo
De este aparato que en el teatro Novedades se expondrá mañana, creemos oportuno dar una descripción, para que nuestros lectores vean la importancia de esta curiosidad científica que ha llamado la atención en todas las capitales.
Tal como hoy se presenta consiste en una larga tira de una película transparente en las que unas a continuación de otras, se hallan una serie de fotografías obtenidas por el procedimiento instantáneo y que corresponden a las diferentes posiciones que ofrece durante el intervalo de un minuto el movimiento de un objeto, tomadas estas posiciones a pequeñísimos intervalos.
La tira en cuestión se realiza con rapidez delante de una linterna mágica y en el cuadro transparente que ve el público se proyectan aquellas fotografías en orden y sucesión rápida (de treinta a cincuenta por segundo); de manera que como la impresión que produce en la vista del espectador cada una de dichas fotografías no se ha borrado cuando llegue otra a presentarse del mismo modo y después otra y otras, la imagen parece continua y en movimiento.
La ilusión sería aún más completa si con el fin seguramente de que cada presentación dure algo más, no se llevase la marcha del movimiento con demasiada lentitud, lo cual en ciertos casos lo descaracteriza y hace poco verosímil.
Hasta ahora el Cinematógrafo es un simple juguete, cuya mejor y más útil aplicación consiste en estas presentaciones al público; en ciertos casos, sin embargo, puede recibirlas más serias e instructivas; por ejemplo: empleándolo para analizar los movimientos complicados, el paso de un caballo a las diferentes marchas y otros análogos.
Tomando a largos intervalos fotografías de una planta, de una flor o de una persona en situaciones y aspecto lo más semejante posible, se puede asistir en algunos segundos al desarrollo completamente de una evolución verificada en la realidad en muchos días, meses o años, constituyendo así un elemento de enseñanza poderosísimo e insustituible.
En una palabra: el Cinematógrafo permitirá, si se perfecciona lo bastante, ver cómodamente, examinar y analizar en sus más ligeros pormenores todo lo que por demasiado rápido o por demasiado lento se sustrae a la acción de nuestro juicio en las circunstancias ordinarias.
La Crónica meridional, Almería, domingo 22 de noviembre de 1896, p. 2.
La inmensa mayoría de las descripciones del funcionamiento del cinematógrafo se refiere a generalidades que se pueden encontrar en cualquier documento científico –La Ilustración española y americana ya ha dedicado un largo artículo durante el verano al cinematógrafo– o que ya se encuentran en el artículo que le dedica al cinematógrafo José Echegaray. Al fin y al cabo, lo único que merece señalarse –y que supone probablemente una experiencia propia– es cuando el articulista achaca al proyeccionista la pérdida de la ilusión cinematográfica por razones puramente comerciales. Cierto o no, el periodista pone de manifiesto una posible práctica que permite evidentemente ganar tiempo –el ritmo de fotogramas por segundo tiene que ser de 16 para una visión confortable, pero se puede ralentizar hasta 14 e incluso menos… aunque provocando un lentitud que no es del agrado del público. A la diferencia de lo que suele ocurrir, los cronistas se extienden bastante sobre las proyecciones del cinematógrafo; por supuesto señalan la presencia de un numeroso público que “a pesar del tiempo algo desapacible que reinaba” acudien al Teatro Novedades para la inauguración de las sesiones. Como si el artículo del domingo anterior no bastara, el articulista –el mismo u otro– reincide en la presentación del cinematógrafo en forma de prospectiva no del todo descabellada por cierto:
El Cinematógrafo
Anoche fue presentado al público por segunda vez en el teatro Novedades, el prodigioso invento de Edisson, conocido por el cinematógrafo.
Dicho aparato causó la admiración de la numerosa concurrencia que había en el teatro.
Todas las vistas estuvieron muy bien presentadas, resultando con los más exactos caracteres de la realidad escenas animadas que iban apareciendo en el lienzo, por la continuada y rápida sucesión de fotografías.
Este prodigioso portento ha de ser notablemente mejorado quitándole los inconvenientes de las oscilaciones de la luz eléctrica y llegando a completarse con el fonógrafo.
Entonces podremos admirar en el lienzo donde se esbozan las cinematografías, la figura de Castelar o Cánovas gesticulando y haciendo sus propios movimientos mientras por medio del fonógrafo oigamos su eminente palabra.
Es decir, la maravilla más grande que se puede pedir, perpetuar la figura, los movimientos y la voz humana.
Si levantaran la cabeza nuestros antepasados, los que todo lo atribuían a las brujas, se pasmarían de ver cómo podemos admirar desde las butacas de Novedades, la vida y animación de uno de los boulevares de París sin faltar detalle alguno, como si estuviéramos sentados en uno de los balcones de los edificios enclavados en la hermosa avenida de la República.
La Crónica Meridional, Almería, miércoles 25 de noviembre de 1896, p. 2.
Si bien hay pocas cosas realmente novedades, el articulista da una dimensión claramente española pensando en figuras como la de Castelar o de Cánovas; por cierto, pocos meses le quedan a éste pues muere asesinado el 8 de agosto de 1897, en el balneario de Santa Águeda (Mondragón), y no se ha conservado ninguna imagen animada del líder político… Además, el cronista vuelve a señalar que las oscilaciones siguen siendo un problema del cinematógrafo de los inicios, y no únicamente en el de los portugueses.
La fórmula de Guillermo Silveira y Francisco Dos Santos no parece haber variado mucho desde los inicios de la gira en Sevilla con diferentes secciones y un número variable de películas por sección en torno a las diez. En cuanto a la publicidad funciona utilizando siempre los mismos trucos: la novedad de las vistas y la próxima salida:
En obsequio al público que ha correspondido con su favor al esfuerzo hecho por los empresarios del aparato, el espectáculo constará esta noche de diez números cada sección estrenándose nuevas y notables fotografías últimamente pedidas a París.
Mañana viernes tendrán lugar las últimas exhibiciones del cinematógrafo, por tener que cumplir sus empresarios con un contrato firmado para un teatro de Alicante.
La Provincia, Almería, jueves 26 de noviembre de 1896.
Los portugueses no salen para Alicante, tal vez porque allí, ya han empezado sus exhibiciones Adolfo [Arrengo] y Charles Lamas desde el día 21 de noviembre, y como lo han hecho en Granada reservan a la última función su déshabillé:
En obsequio al público y por ser esta noche definitivamente la última función del espectáculo Cinematógrafo, la función será entera y en ella se estrenará una preciosa fotografía colorida que representa una señorita tomando un baño.
La entrada general costará 25 céntimos.
La Provincia, Almería, lunes 30 de noviembre de 1896.
Indudablemente Francisco Dos Santos y Guillermo Silveira aplican con impecable eficacia la fórmula apenas modificada puesta a punto desde Sevilla y que globalmente le ha ido bien. La despedida tiene lugar el 30 de noviembre, tras una semana de exhibiciones, antes de que los pioneros sigan su gira:
Esta tarde salen para Huercal Overa los señores de la empresa, donde se proponen dar a conocer tan prodigioso invento.
La Provincia, Almería, martes 1º de diciembre de 1896.
Si bien es cierto que el público acude a ver el cinematógrafo, para quien el nuevo invento es realmente una revelación es para el periodista de La Crónica Meridional que sigue apasionado:
La ciencia adelanta y lo que ayer ni se pudo aún soñar, lo da hoy por problema resuelto.
¿Quién pudiera imaginar que se había de lograr el perpetuar los propios y naturales movimientos de las personas, como se conserva y guarda la fisonomía en una tarjeta corriente de fotografía?
Esta maravilla, debida al cinematógrafo, que hemos admirado estos últimos días, tendrá general aplicación cuando el tiempo y la ciencia lo acaben de perfeccionar y lo pongan al alcance de todas las fortunas.
Es my posible y casi lógico esperar que en el ya próximo siglo se destierren de nuestras salas y demás habitaciones, los inanimados retratos y en su lugar tengamos un lienzo donde un cinematógrafo y un fonógrafo, nos presenten a nuestra voluntad, las fotografías animadas y la voz de aquellas personas que vivieron o viven unidos a nosotros por los estrechos lazos del parentesco, los sinceros de la amistad y el cariño.
Los viajes de recreo con este procedimiento no serán tan frecuentes, pues podremos ver desde la butaca de un teatro, todas las maravillas del mundo con su propia animación.
Hasta donde llegaremos en materia de adelantos, es una cuestión bien compleja pues la ciencia no tiene límites, cuando el estudio y el esfuerzo humano la trabajan, dando resultados sorprendentes que jamás se pudieron imaginar.
En cuanto al aparato cinematógrafo, que da ocasión a estas líneas, cuando más reconoceremos su importancia, es cuando se le eviten los inconvenientes de las oscilaciones de la luz eléctrica, que tanto molestan, con la aplicación de un foco poderoso de Dumont u otra cualquier clase de luz que sea más uniforme, y perfeccionando las fotografías para que no resulten borrosas.
Ahora no es más que dejar entrever la importancia que tiene el invento de Edisson, fabricado por Lumière.
La Crónica Meridional, Almería, 1º de diciembre de 1896, p. 3.
Con el entusiasmo del periodista, apenas templado por las oscilaciones debidas a la luz eléctrica, Almería ha descubierto el cinematógrafo gracias a los pioneros portugueses y sólo va a poder disfrutar de nuevo de imágenes animadas en 1898.
Si llegan y permanecen en Huércal Overa, no lo sabemos, y al parecer no presentan más el cinematógrafo en España.
De los portugueses ya no se sabe nada, tal vez regresen a Portugal tras su gira andaluza como se puede suponer por la presencia en Lisboa de un aparato del que se dice que estuvo en el teatro Dona Amélia:
A distinta “chanteuse” Cinira Polónio organizou uma “troupe”, partindo come la em excursao pelas províncias.
Arrendou o teatro Principe Real, de Coimbra, onde deu o seu primero espectáculo. Foi com a “troupe” o Animatographe que ultimamente trabalhou no teatro D. Amélia.
Tarde, Lisboa, 1º de febrero de 1897.
Es lo último que se sabe de los pioneros portugueses.